sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Curiosidades: Sobre um pequi sem espinhos no caroço!

CURIOSIDADES:

Pequi (Caryocar Brasiliense Camb.): informações preliminares sobre um pequi sem espinhos no caroço:
É relatado o achado de uma planta de pequi (Caryocar brasiliense Cambi) no Norte de Mato Grosso, sem espinhos no caroço.
Em Minas, São Paulo, norte do Paraná, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, sull da Bahia, sul do Pará, sul do Maranhão, em todas as regiões de Cerrado, a espécie comum é a Caryocar brasiliense Camb. Os pequis florescem, na Amazônia, de agosto a dezembro e frutificam de novembro a março. Observamos que um conjunto de plantas do cerrado de Uberlândia floriu de 2 de abril de 2005 até 6 de maio de 2006.
Em todos os cerrados por que passamos, em época da floração, é comum que caçadores venham das 4 às 6 horas da manhã vigiar os pequizeiros em flor que as derrubam às centenas e atraem veados, pacas, cotias, porcos-espinho, capivaras, que têm especial predileção por elas. Isso é confirmado por Almeida et al. (1994). A produção é muito variável. A planta que produz pequi sem espinho no caroço que encontramos, produziu ao redor de 500 frutos em 2004 e apenas 30 em 2005. Gribel (1986) constatou que 3% dos ovários de C. brasiliense se desenvolveram, mas apenas 1% chegou até semente. Morcegos são os grandes polinizadores. O mesmo autor informou que a dispersão dos frutos é realizada por gambás (Didelphis albiventris) e por uma gralha (Cyanocorax cristatelus). 
O pequizeiro também é considerado árvore ornamental devido ao seu porte e à beleza das flores, que atraem beija-flores e diversas espécies de abelhas durante o dia. Todavia seus principais polinizadores são os morcegos e mariposas noturnas. As folhas do pequi são usadas em Minas e Goiás na alimentação do gado bovino, caprino, ovino e, em alguns lugares, das galinhas.
Collevatti et al. (2003) estudaram 10 populações de Caryocar brasiliense e concluíram que múltiplas linhagens foram necessárias para dar origem às populações hoje existentes no Cerrado brasileiro. Melo Júnior et al. (2004), em um estudo em 4 lugares, Japonvar, Montes Claros, Francisco Sá e Bocaiúva, que compreendeu 240 plantas, concluíram: a) que houve um fluxo gênico muito grande, que atribuiu à polinização ser feita especialmente por morcegos que voam a longas distâncias.



DESCOBERTA PARA A CIÊNCIA DO PEQUI SEM ESPINHOS NO CAROÇO.
No começo de outubro de 2004, um dos autores, Warwick Estevam Kerr, conversando sobre melhoramento de plantas com o Sr. Hélio do Carmo da Conceição (fazendeiro, Prefeito de São José do Xingu), que estava em Uberlândia tratando-se de câncer, informou-o de que, no norte do Tocantins, havia um fruticultor, Sr. Bdijai Tchucarramae, que possuía uma plantação com mais de 300 plantas de pequi, sendo que uma dessas plantas apresentava frutos sem espinhos no caroço (Figuras 1 e 2). Imediatamente, mediante suas indicações, organizamos uma mini-expedição para aquela região chefiada por outro dos autores, o Técnico Agrícola Francisco Raimundo da Silva. Conseguimos fundos do CNPq, condução da UFU, e no dia 07-11-04, na Caminhonete Mitsubshi da UFU e, dois motoristas saíram em direção a São José do Xingu com a finalidade de coletar sementes do pequizeiro em pauta. Lá chegando, o Técnico Francisco Raimundo da Silva tornou-se amigo do Sr. Bdijai Tchucarramae e conseguiu adquirir 9 sementes, e trazer alguns galhos. Das 9 sementes 7 germinaram. No mês de dezembro de 2005, uma nossa segunda expedição deslocou-se novamente até São José do Xingu e, dessa vez, o Técnico Francisco Raimundo da Silva conseguiu trazer 3 sementes e 15 galhos para tentar pagamento por estaquia. Como o pagamento foi zero, conseguimos fundos para enviar o Técnico Francisco Raimundo da Silva a Goiânia, por 6 dias, a fim de especializar-se na enxertia de pequizeiro. Fez 6 enxertos, dos quais 4 pegaram. Assim, o fato de se ter encontrado uma planta que produz frutos com caroços sem espinhos e uma boa técnica de propagação, tornou-se uma esperança para, dentro de 4 a 8 anos, termos boa distribuição de mudas de pequi sem espinho no caroço. Também essa mutação tem todas as características para transformar o pequi numa fruta de mercado, tanto para as populações pobres como para mercados regulares de frutas nacionais e estrangeiras. Isso não somente melhorará o pequi para maior consumo, como também se poderá indicá-lo para plantio em pomares caseiros, aproveitando a alta apreciação que já possui. Todas as vezes que informamos que estamos trabalhando com "pequi sem espinho no caroço", obtemos imediata atenção e procura por sementes e mudas desse mutante. Todos que experimentaram os caroços carnudos, acharam-nos um pouco mais doces que os comuns e muito melhores devido à falta de espinhos.




Bibliografia: 

Revista Brasileira de Fruticultura

Print version ISSN 0100-2945

Rev. Bras. Frutic. vol.29 no.1 Jaboticabal Apr. 2007

COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS




Grupo:

Bárbara Matos
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