Nosso grupo tem como objetivo dentro do tema do cerrado, mostrar frutas típicas e animais que fazem parte da fauna do cerrado. Selecionamos o Pequi que é abundante e bastante chamativo como exemplo de fruto. O Pequi é fonte de alimento de vários vertebrados do cerrado, e também polinizado por alguns. Vamos dar enfoque (nas próximas postagens) ao morcego que é o mais completo deles quanto a estudo de comportamento, alimentação e ciclo de vida.
Começaremos então nessa postagem especificações do Pequi, e posteriormente uma viagem sobre curiosidades, e histórias lendárias do fruto. Vamos Nessa?
Pequi – Caryocar brasiliense Camb.
Nomes
populares: pequi, piqui, grão-de-cavalo, amêndoa-de-espinho, piquiá-bravo,
pequiá, pequiá-pedra, pequerim, suari e piquiá. Nome científico: Caryocar
brasiliense Camb.
O
pequizeiro é uma planta
típica do Cerrado, que consiste num bioma de grande variedade de
sistemas ecológicos, tipos de solo, clima, relevo e altitude, e com uma
vegetação caracterizada por coberturas rasteiras, arbustos, árvores esparsas e
tortuosas, de casca grossa, folhas largas e raízes profundas, formando desde
paisagens campestres a florestas.
Com uma vida útil
estimada de aproximadamente 50 anos, o pequizeiro atinge até 10 m de altura.
Sua fase reprodutiva inicia-se a partir do oitavo ano, com floração ocorrendo
normalmente entre os meses de setembro a novembro.
A frutificação
acontece de outubro a fevereiro, produzindo frutos por 20 a 40 dias em média,
com produção variável podendo chegar a 1000 frutos por pé.
Calendário
de Frutificação
O fruto do
pequizeiro apresenta gosto inconfundível tendo seu nome ligado às suas
características botânicas, e etimologicamente ligado à língua tupi: py = casca
e qui = espinho (Simões, 2005).
Contém normalmente
entre 1 a 4 caroços, cientificamente chamados de putâmens. No Norte de Minas
Gerais já foram encontrados frutos contendo até 7 caroços.
O caroço é composto
por um endocarpo lenhoso com inúmeros espinhos, contendo internamente a
semente, ou castanha, e envolto por uma polpa de coloração amarela intensa,
carnosa e com alto teor de óleo.
Uma das maiores
virtudes do Cerrado brasileiro é a diversidade biológica deste bioma,
representado por uma série de espécies vegetais que produzem frutos utilizados
na alimentação humana, podendo-se destacar o pequi. Espécies medicinais e
outras plantas úteis vêm sendo largamente utilizadas no cotidiano da população
local, constituindo uma reserva farmacológica, nutricional e utilitária de
riqueza inigualável para os povos das regiões ocupadas pelo Cerrado (Simões,
2005).
Assim como
numerosos e exuberantes estames em sua flor, múltiplos são as formas de uso e
significado do pequi para esses povos.
Elemento
de base da cultura alimentar de várias regiões brasileiras, o fruto do pequi,
compõe receitas tradicionais, como o Arroz com Pequi, Galinhada, alguns doces,
licores, sorvetes, caracterizando fortemente, junto a outras especiarias, o bouquet de sabores das culinárias regionais aonde
ele se encontra.
Popularmente, seu
uso fitoterápico é apontado em diversos tratamentos, pelo uso do seu óleo,
flores e folhas.
Extrativismo
Ao associar a
coleta do pequi a uma atividade produtiva em cadeia, com expansão do consumo
além do uso próprio ou familiar, origina-se também um problema de desequilíbrio
ecológico, principalmente relacionado ao ciclo de reprodução do pequizeiro e
dos ecossistemas circunvizinhos à planta e à área de coleta.
O pequizeiro, gera
seus frutos e consequentemente suas
sementes em número suficiente e
necessário para que suas características genéticas sejam prospectadas
naturalmente em seu meio, e aonde mais essas sementes alcançarem.
A coleta
indiscriminada dos frutos, sem controle da quantidade coletada, ou da forma
como isso é feito, afeta diretamente a produtividade e a diversidade natural da
população de pequizeiros presentes numa certa região, além de prejudicar a
relação destas árvores com insetos, animais maiores, plantas, e outras formas
de vida que com as quais elas interagem diretamente, causando um desequilíbrio
ambiental em maior escala.
Algumas
recomendações de boas práticas de coleta do pequi são:
·
Não derrubar o fruto da árvore, muito menos
utilizar varas ou qualquer outro instrumento para isso;
·
Coletar somente os frutos caídos naturalmente.
Estes, sim, estão no ponto de consumo;
· Não devastar a cobertura vegetal debaixo e ao redor
da planta; existem outros seres em convivência natural com ela, que dependem
dessa cobertura;
·
Coletar frutos sadios, e deixar os frutos rachados
ou abertos como reserva natural, para reprodução da planta e alimentação
animal; se houver somente frutos sadios, deixe assim mesmo uma certa quantidade
de reserva. A recompensa futura será muito maior;
· Somente leve os frutos. Não deixe nada que não
pertença ao ambiente, como sacos plásticos não utilizados e outros tipos de
lixo.
Bibliografia:
Grupo:
Bárbara Matos
Flaviana Martins
Gustavo Dessotti
Mariana Baptista
Viviane Goulart