terça-feira, 7 de janeiro de 2014

CONHECENDO UM POUCO MAIS DA PIMENTA-DE-MACACO E DO JATOBÁ-DO-CERRADO (Grupo Teatro)

         No texto abaixo descreveremos um pouco mais das características das árvores que pretendemos utilizar em nosso projeto de teatro para EDP IV, citando um pouco das características principais da família a qual fazem partem, bem como a sua importância, como um conhecimento a mais a respeito das arvores pretendidas para fazer parte do nosso teatro.

Xylopia aromatica (PIMENTA-DE-MACACO)

          Também chamada de "pindaíba", esta árvore nativa do Cerrado pertence à família Annonaceae, ocorrendo amplamente na região.
           As Annonaceae ocorrem em praticamente todas as formações naturais do Brasil, com destaque para a Xylopia aromatica (pimenta- de- macaco) e Annona crassiflora (marolo), nos cerrados. Algumas das suas espécies, como a do marolo, servem como fonte de renda para populações locais, que vendem os frutos na beira da estrada. Outras como a fruta do conde (Annona squamosa) e a graviola (Annona muricata), originárias da América Central, mas frequentemente cultivadas no Brasil, principalmente na região nordeste, são usadas para consumo in natura ou em forma de sucos.
          Uma particularidade morfológica das Annonaceae é o fato das flores de muitas espécies se abrirem antes de terem suas partes reprodutivas completamente maduras. Com porte podendo chegar a 8 metros de altura, Xylopia aromatica costuma florar de agosto a novembro. O tronco pode ser utilizado em construções baratas e pelo fato de sua madeira ser leve e de pouca durabilidade, daí veio o termo "na pindaíba”.
          Seus frutos são utilizados pela medicina popular por acreditarem ter características estimulantes e afrodisíacas. Frutos e sementes também são utilizados moídos como condimento, especialmente para carnes, tendo aroma semelhante à pimenta-do-reino, porém mais suave. Apesar de diversas possibilidades, a espécie ainda não é tão usada comercialmente.
          Segundo o dicionário Aurélio, Pindaíba significa falta de dinheiro. Estar na pindaíba, estar sem dinheiro.

 
Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa)

          Da família Fabaceae (Leguminoseae), é a primeira entre as mais importantes em termos de número de espécies lenhosas. As Fabaceae possui distribuição cosmopolita, incluindo cerca de 650 gêneros e aproximadamente 19000 espécies, representando uma das maiores famílias das Angiospermas, e também uma das principais do ponto de vista econômico.
          No Brasil ocorrem cerca de 200 gêneros e 2700 espécies, corresponde a maior família em número e espécie no país. Como espécies principais, destacam-se aquelas utilizadas na alimentação, como o feijão (Phaseolus vulgaris), a soja (Glucine max), o amendoim (Arachis hypogaea) o grão-de-bico ( Cicer arietinum) e o tamarindo( Tamarindus indica).
         Outra importante aplicação das Fabaceae é o seu uso na adubação verde, principalmente considerando a associação com bactérias do gênero Rhizobium, fixadoras de nitrogênio, que produzem pequenos nódulos nas raízes, principalmente das espécies reconhecidas em Faboidae. Podem ser ainda utilizadas como ornamentais, sendo a principal família utilizada na arborização urbana no Brasil, e também diversas espécies possuem madeira de excelente qualidade.
      O Jatobá-do-cerrado é uma árvore de até 10 metros de altura. Ocorre em cerrados e cerradões e mesmo sem flores pode ser encontrada através de suas folhas alternas e composta por dois folíolos.
          Possui propriedades medicinais no fortalecimento das vias respiratórias superiores e aparelho cardio-vascular. Podendo ser indicado para bronquites, tosses, coqueluches, adstringente e vermífugo.
          Botões são recobertos por vilosidade cor de ferrugem, suas flores brancas são polinizadas por morcegos. A flor do jatobá possui o aparelho feminino composto por ovário estilete e estigma e o masculino por 10 estames formados por filete e antera.
          A farinha do jatobá é utilizada em receitas de biscoitos, bolos, pães, doces e sorvetes. Na alimentação tem beneficio com análises feitas em um trabalho de formulação de biscoitos sem açúcar e fonte de fibras alimentares para diabéticos ou pessoas com restrições alimentares.
 
 
 
 
 
Grupo: Fernanda Assis Moraes ; Guidson Martins ; Luiz Gerônimo Gruppi ; Manoela Lelis Leitão

Referências:

·       Xylopia aromatica. Herbário Digital. Disponível em: http://www.pirenopolis.tur.br/meioambiente/herbariodigital/Annonaceae/Xylopia/aromatica. Acesso em 27 nov 2013.

·       OLIVEIRA, Verena Bartkowiak de. POTENCIAL DOS FRUTOS DE Xylopia aromatica (Lam.) Mart. (ANNONACEAE) NO TRATAMENTO DE ALTERAÇÕES METABÓLICAS, INDUZIDAS POR DIETA EM CAMUNDONGOS BALB/c. 2012. 135 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Ciência de Alimentos, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012.

·       Pindaíba. Dicionário do Aurélio. Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com/Pindaiba.html>. Acesso em 13 dez. 2013.

·       Pimenta-de-macaco. Disponível em: <www.google.com.br/imagens>. Acesso em 13 dez. 2013

·       SOUZA, Vinícius Castro. BOTÂNICA SISTEMÁTICA: GUIA ILUSTRADO PARA A IDENTIFICAÇÃO DE FAMÍLIAS DE FANERÓGAMAS NATIVAS E EXÓTICAS NO BRASIL, BASEADO EM APG III.

·Jatobá-do-cerrado. Terra da gente. Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/sp/eptv/terra-da-gente/platb/?s=jatoba+do+cerrado>. Acesso em 13 dez. 2013.

"DESBRAVANDO" O CERRADO E SUA FITOFISIONOMIA (Grupo Teatro)

          Após pesquisa das espécies animais que utilizaremos no projeto de Teatro para EDP IV (http://edp4-uftm.blogspot.com.br/2013/12/projeto-de-teatro-cerrado.html), começamos agora uma busca de referenciais quanto a algumas características do Cerrado, bem como sua fitofisionomia predominante, visando maior fundamentação teórica para os conceitos abordados em nosso projeto.

          O Cerrado constitui o 2º maior bioma brasileiro, ocupando uma área de 2.036.448 km2, aproximadamente 22% do território brasileiro (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2013). Está presente desde a região sul (norte do estado do Paraná) indo até a região norte, no litoral do estado do Piauí. Considerada por muito tempo pobre, hoje sua biota é reconhecida como uma das mais ricas do mundo (IBGE, 2004) possui atualmente elevado nível de ocupação antrópica, impulsionado principalmente a partir da década de 1970 com o uso de técnicas para a expansão da agricultura, além da criação de pastagens para a agropecuária.
          Possuindo uma fitofisionomia bastante variada, ela vem sendo caracterizada por vários estudos desde o séc. XIX (MARINHO-FILHO et al., 2010). Pode-se classificar o cerrado sensu lato em:

·       Campo limpo: predomínio de gramíneas, poucos arbustos e ausência de árvores;
·       Campo sujo: predomínio de gramíneas e arbustos, com poucas árvores;
·       Cerrado sensu stricto: baixa cobertura de gramíneas e arbustos, e considerável presença de árvores;
·       Cerradão: com uma maior cobertura de árvores, além de um estrato de menor altura, ausente de gramíneas e composto por plântulas e outras ervas (MARINHO-FILHO et al., 2010);

          Com tamanha variedade e complexidade dentro dessas categorias fisionômicas, existem diversos fatores que influenciam na fisionomia das espécies vegetais do Cerrado, como o clima, a presença de fogo, a drenagem do solo, a profundidade em que as plantas conseguem obter água além da fertilidade do solo (MARINHO-FILHO et al., 2010).
          Um fator de destaque na vegetação de destaque é a presença de inúmeras espécies arbóreas com troncos retorcidos, com algumas hipóteses para essa forma. Acredita-se que essa morfologia possa ser decorrente da elevada concentração de alumínio no solo, que aumenta sua acidez, o que diminui a disponibilidade de nutrientes e interfere no desenvolvimento da planta. Outra hipótese é a ação do fogo no desenvolvimento dessas plantas, onde a queimada destruiria as gemas (regiões com células que dão origem a novos galhos) e novas se desenvolveriam em outras regiões da planta (STELLA & FIGUEIREDO, 2008).

Grupo: Fernanda Assis Moraes ; Guidson Martins ; Luiz Gerônimo Gruppi ; Manoela Lelis Leitão

REFERÊNCIAS

IBGE. 2004. Mapa de biomas do Brasil. Escala 1:5.000.000. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/biomas.pdf>. Acesso em 14 dez. 2013.

MARINHO-FILHO, J.; MACHADO, R. B.; HENRIQUES, R. P. B. Evolução do conhecimento e da conservação do Cerrado brasileiro. In: DINIZ, I. R.; FILHO, J. M.; MACHADO, R. B.; CAVALCANTI, R. B. (Org.). Cerrado: conhecimento científico quantitativo como subsídio para ações de conservação. 1. Ed. Brasília: Thesaurus, 2010. cap. 1, p. 15-31.

 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. O Bioma Cerrado. Disponível em <http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado>. Acesso em 15 dez. 2013.

STELLA, A; FIGUEIREDO, I. Por que as árvores do cerrado são retorcidas? Revista Ciência Hoje, mar. 2008. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2008/246/por-que-as-arvores-do-cerrado-sao-retorcidas/>. Acesso em 14 dez 2013.